Caso Ana Beatriz: após laudos, PC acredita que corpo de recém-nascida foi refrigerado
08/05/2025 15:33 | Texto de:

Johnny Lucena | UP | Foto de: Assessoria

A Polícia Civil de Alagoas apresentou, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (08), os detalhes finais da investigação sobre a trágica morte da recém-nascida Ana Beatriz Silva de Oliveira, de apenas 15 dias. O corpo da bebê foi encontrado no dia 15 de abril no quintal da residência da família, em União dos Palmares, e o inquérito policial foi concluído, seguindo agora para a apreciação da Justiça.
Os delegados Igor Diego e João Marcello detalharam os achados da investigação, com foco nos laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC). Segundo o delegado João Marcello, os exames apontam uma inconsistência crucial: o estado de decomposição do corpo da criança não era compatível com os quatro dias em que supostamente teria permanecido no local, dentro de sacolas.
“O corpo estava em uma fase inicial de decomposição, o que não condiz com quatro dias dentro de sacolas. Naturalmente, a decomposição de um recém-nascido ocorre de forma mais acelerada por conta da maior quantidade de água no corpo”, explicou o delegado João Marcello.
Essa incongruência levanta a forte suspeita de que o corpo de Ana Beatriz foi removido do local onde ocorreu a morte, possivelmente submetido a algum tipo de método artificial de conservação, como refrigeração, para retardar o processo de decomposição. Posteriormente, o corpo teria sido recolocado no armário onde foi encontrado.
Diante dessas novas evidências, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de manipulação da cena do crime e continua as diligências para apurar se houve a participação de outras pessoas na ação.
A mãe da bebê, cuja identidade não foi divulgada, foi formalmente indiciada pelos crimes de homicídio qualificado, comunicação falsa de crime e ocultação de cadáver.