Vereadores Cobram Ação Imediata após Relatório Indicar Ampliação das Áreas de Risco de Movimentação do Solo em Maceió
13/03/2025 14:10 | Texto de:

Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução

Na última quinta-feira (13), o vereador Allan Pierre (MDB) usou a tribuna da Câmara Municipal de Maceió para exigir uma ação urgente das autoridades municipais após a divulgação de uma nota técnica que amplia as áreas de risco de movimentação do solo na cidade. O documento, produzido pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em abril de 2022, só foi divulgado recentemente, na terça-feira (11), pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL).
A nota aponta indícios de subsidência em áreas além da Av. Fernandes Lima, incluindo as comunidades Flexal de Cima, Flexal de Baixo, o bairro Bom Parto e a rua Marquês de Abrantes, em Bebedouro. Essas regiões não estavam inicialmente classificadas como de risco, e o documento sugere que a delimitação de áreas de risco divulgada anteriormente pode estar incorreta. O relatório também destaca a deficiência no monitoramento do solo, alertando que subsidências menores podem estar passando despercebidas. Para garantir uma avaliação mais precisa, a nota recomenda o uso de novas tecnologias, como Laser Scanner e levantamentos topográficos detalhados.
Allan Pierre cobrou rapidez na resposta do poder legislativo, destacando a seriedade da situação. “Imaginem, senhores vereadores, uma nota técnica de 2022 que só veio a público agora, ampliando a área de risco de um problema que já aflige todos os cidadãos maceioenses. Precisamos agir com urgência para evitar um caos urbano”, afirmou o vereador.
O vereador Leonardo Dias (PL), ex-presidente da Comissão Especial Parlamentar dos Bairros em Afundamento do Solo, também se manifestou sobre o relatório, ressaltando que as informações contidas nele não foram levadas em consideração na definição do mapa de risco até o momento. “Se a subsidência é causada pela Braskem, os moradores dessas áreas precisam ter os mesmos direitos de indenização e realocação daqueles que já foram afetados. Precisamos realizar audiências públicas para entender a gravidade dessa nova situação”, afirmou.
Por sua vez, o vereador Thiago Prado (PL) pediu cautela e responsabilidade no tratamento do tema. “O estudo é sério, mas ainda não há confirmação de uma tragédia iminente. A Câmara precisa agir com transparência e cautela para não alarmar a população desnecessariamente”, ponderou.
A vereadora Teca Nelma (PT) lembrou que a situação é ainda mais preocupante devido a uma denúncia envolvendo o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Pedro Nobre, acusado pelo Ministério Público Estadual de falsidade ideológica, o que levanta dúvidas sobre a transparência das informações relacionadas ao afundamento do solo.
Em virtude da gravidade do caso, os vereadores concordaram que é necessária uma convocação urgente da Comissão de Assuntos Urbanos para discutir a nota técnica, ouvir especialistas e definir os próximos passos. “A rua Virgínio de Campos [no bairro Farol] foi totalmente desocupada e está a menos de 300 metros da Fernandes Lima. Além disso, partes do Cepa já foram interditadas. A natureza avança, e essa tragédia pode se agravar. Não podemos tratar essa nota técnica como algo para ser discutido no futuro”, concluiu Allan Pierre.