Unção da sacanagem: pastor transava com fiéis para livrá-los da morte
22/05/2024 09:43 | Texto de:

Pastor | Foto de: Reprodução

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou a Operação Jeremias 23, que resultou na prisão de um pastor evangélico de 41 anos acusado de abusar sexualmente e extorquir os fiéis de sua igreja em Samambaia. O nome da operação faz referência a uma passagem bíblica que alerta contra falsos profetas.
De acordo com as investigações conduzidas pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), o pastor utilizava sua posição de influência religiosa para manipular e explorar sexualmente os membros da congregação. Com cerca de 30 mil seguidores no Instagram, ele era visto como uma figura profética na comunidade, alegando ter visões sobre futuros trágicos, como a morte de parentes dos fiéis. Para evitar esses supostos infortúnios, ele exigia que os homens realizassem atos sexuais com ele.
Em um dos casos documentados, o pastor abordou um fiel afirmando que sua esposa estava destinada a morrer, a menos que ele passasse por "sete unções" realizadas nas partes íntimas do homem. Acreditando nas ameaças e temendo pela vida da esposa, o fiel acabou cedendo às exigências do pastor.
As investigações revelaram que o pastor, com a ajuda de uma mulher de 58 anos também pastora em Sobradinho, utilizava constantemente essas ameaças para coagir os fiéis a manter relações sexuais com ele e com outros frequentadores da igreja. Esta cúmplice ajudava nas ameaças de punição divina e também participava das práticas sexuais na presença do pastor.
Além das exigências sexuais, o pastor também extorquia grandes somas de dinheiro dos membros da igreja. Ameaçando que parentes morreriam ou ficariam paralisados, ele conseguia que os fiéis fizessem generosas doações financeiras. Uma das vítimas relatou ter pago passagens e hospedagem para o pastor viajar ao Rio de Janeiro e emprestou uma chácara onde ele organizou orgias com outros membros da igreja.
A operação policial cumpriu mandados de busca e apreensão nas cidades de Vicente Pires, Samambaia e Sobradinho. O pastor e sua cúmplice não tiveram os nomes divulgados, mas ambos responderão pelos crimes de violação sexual mediante fraude e extorsão, com penas que podem chegar a 17 anos de prisão.