Servidores federais da Educação anunciam greve nacional por tempo indeterminado

03/04/2024 11:03 | Texto de:


Servidores da Educação | Foto de: Reprodução



A partir desta quarta-feira (3), servidores federais que desempenham funções na área da educação em todo o país darão início a uma greve nacional por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), mais de 230 unidades de ensino, distribuídas em pelo menos 18 unidades federativas, irão aderir ao movimento.

O coordenador geral do Sinasefe, David Lobão, afirmou que a greve abrangerá professores e funcionários técnico-administrativos de diversas instituições, incluindo os Institutos Federais, o Colégio Pedro II, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, o Instituto Benjamin Constant, além de colégios e escolas federais vinculadas ao Ministério da Defesa.

As demandas dos servidores são diversas e incluem uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria. Além disso, eles solicitam a reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e docente, a revogação de normas prejudiciais à educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro, bem como a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.

A decisão pela greve foi aprovada durante rodadas de assembleias realizadas desde o dia 18 de março em 29 seções sindicais. O movimento será nacional e por tempo indeterminado, conforme informado em documento protocolado junto aos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, da Defesa e da Educação, além do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).

Em resposta ao anúncio da greve, a Reitoria do Instituto Federal de Alagoas emitiu uma nota, reconhecendo a legitimidade do movimento em razão da relevância das pautas defendidas pelas categorias. A gestão afirmou estar atenta às demandas dos servidores e comprometida com o diálogo para a busca de soluções.

Leia a nota completa:

A gestão do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) reconhece o processo de construção e de legitimidade do atual movimento de greve nacional, que no âmbito local é liderado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas (Sintietfal), filiado ao Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica).

Acompanhamos com atenção e respeitamos a relevância das pautas defendidas pelas categorias, que refletem a busca por uma reestruturação justa e necessária das carreiras dos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), dos Professores de Educação Básica, Técnica e Tecnológica (EBTT) e a luta por condições de trabalho, pois entendemos que o investimento na educação pública, gratuita, inclusiva e de qualidade socialmente referenciada, praticada nos Institutos Federais, passa, sobretudo, pela valorização das/os Servidores/as.

As gestões dos Campi e da Reitoria, em diálogo com as/os Servidoras/es, certamente encontrarão os caminhos para que não haja interrupção dos serviços essenciais e que o direito à greve não traga maiores impactos às/aos nossas/os estudantes e à comunidade.

Às/Aos estudantes, pais, mães e responsáveis, reafirmamos o compromisso do Ifal em transformar vidas, assegurando às/aos nossas/os estudantes as condições de permanência plena e conclusão com êxito profissional e acadêmico. Nesse sentido, pedimos a compreensão frente à atual mobilização das/os Servidoras/es públicos da educação que, historicamente, têm lutado para garantir as conquistas e os direitos que refletem na qualidade da formação profissional e no reconhecimento dos serviços prestados à comunidade alagoana pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, na qual o Instituto Federal de Alagoas se insere.

A Gestão do Ifal também se compromete em permanecer com o diálogo aberto e colaborativo junto ao Sintietfal e à Comunidade Acadêmica no intuito de preservar o direito de greve das/os Servidoras/es.

Pedimos às/aos estudantes que busquem informações com a Direção-Geral do seu Campus e com a Coordenação do seu curso para saber se suas aulas serão mantidas normalmente ou não, e acerca dos horários de funcionamento do Campus, durante o período de greve.

Ratificamos o compromisso de atuarmos junto ao Ministério da Educação (MEC), ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e ao Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) para que as negociações avancem o mais breve possível.