Seis policiais envolvidos em perseguição que resultou na morte de dois adolescentes são afastados de suas funções

17/10/2024 18:49 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução



A Polícia Militar de Alagoas afastou, nesta quinta-feira (17), os seis policiais que participaram da perseguição que terminou com a morte de dois adolescentes em Colônia Leopoldina, no interior do estado. O incidente ocorreu na noite do último domingo (13), e as vítimas foram identificadas como Walison de Lima e Jonatas, de 16 e 15 anos.

O afastamento dos policiais foi realizado a pedido do Ministério Público Estadual (MP-AL), que acompanha o caso, após os familiares dos adolescentes alegarem que eles não estavam envolvidos em atividades ilícitas e que trabalhavam cortando cana-de-açúcar.

As declarações dos familiares de Walison e Jonatas contradizem o relato dos policiais, que afirmaram que a perseguição começou após denúncias de moradores sobre dois homens tentando cometer assaltos no centro da cidade. Os PMs também relataram que um dos adolescentes teria disparado contra a viatura durante a perseguição, o que gerou a reação dos policiais.

A promotora Francisca Paula de Jesus Lôbo Nobre Santana, designada para acompanhar a investigação, informou que a corregedoria instaurou um procedimento para apurar a conduta dos policiais. 

"Estamos monitorando o caso. Tomei conhecimento na segunda-feira, 15, e entrei em contato imediatamente com o delegado, que me disse que havia aberto um inquérito. Os pais das vítimas já foram ouvidos tanto pelo delegado quanto por mim. Também ouvi uma prima dos adolescentes e expliquei aos familiares que tudo será feito de acordo com a lei, visando a Justiça. Conversei com o comandante dos policiais envolvidos, que prontamente comunicou o ocorrido à corregedoria e iniciou um procedimento interno. Pedi o afastamento dos policiais, que foi aceito. O ato de afastamento saiu nesta quinta-feira", afirmou Francisca Paula.

A promotora também destacou que o Ministério Público Estadual designará uma rede de apoio aos familiares dos adolescentes, incluindo assistentes sociais e psicólogos. 

"O inquérito continua aberto, pois possui um prazo maior e não há réus presos até o momento. Todas as testemunhas do caso estão sendo ouvidas. Combinei com os familiares, especialmente com os pais, para que sejam levados ao Ministério Público na próxima terça-feira, onde receberão assistência do CRAS, assistentes sociais e psicólogos. Também verificaremos se eles aceitam o acompanhamento dessa rede", concluiu.