Seca se intensifica em Alagoas e atinge nível mais grave desde 2019

25/01/2025 13:34 | Texto de:


Johnny Lucena | UP | Foto de: Reprodução



Dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Governo Federal, através do Monitor de Secas, apontam para o agravamento da situação no estado, com o aumento da área em seca grave e a manutenção de 100% do território alagoano sob efeito da seca nos últimos dois meses do ano.

O levantamento do Monitor de Secas revela que a área classificada como seca grave em Alagoas subiu de 32% em novembro para 35% em dezembro. Este é o pior índice registrado desde maio de 2019, quando 40% do território alagoano se encontrava nessa condição. A situação é ainda mais preocupante ao constatar que Alagoas manteve 100% de seu território sob efeito da seca em novembro e dezembro de 2024, um cenário que não se repetia desde janeiro e fevereiro de 2021.

O cenário alagoano contrasta com a situação em outras regiões do país. Enquanto o Nordeste foi a única região a apresentar intensificação da seca entre novembro e dezembro de 2024, outras regiões como Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Sul registraram abrandamento do fenômeno. O aumento da área e da severidade da seca também foi observado em outros oito estados nordestinos: Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Em nível nacional, a área afetada pela seca se manteve relativamente estável, abrangendo cerca de 92% do território nacional, o equivalente a 7,85 milhões de km².

A intensificação da seca no Nordeste coloca a região em estado de alerta. A situação em Alagoas, em particular, exige atenção redobrada devido à gravidade do quadro. A seca prolongada impacta diretamente a agricultura, o abastecimento de água e a economia local, afetando a vida de milhares de pessoas.

O Monitor de Secas, ferramenta utilizada para o levantamento dos dados, é um instrumento crucial para o acompanhamento da severidade do fenômeno e para a formulação de políticas públicas de combate à seca. A ferramenta avalia tanto os impactos de curto prazo, relacionados a déficits de precipitação de até seis meses, quanto os de longo prazo, considerando períodos mais extensos.

O mapa atualizado mensalmente pelo Monitor de Secas indica que Alagoas enfrenta um dos períodos mais críticos em relação à seca nos últimos anos. A situação demanda ações emergenciais e planejamentos de longo prazo para mitigar os impactos econômicos e sociais no estado, garantindo o abastecimento de água para a população e o apoio aos setores produtivos afetados pela estiagem. 

A necessidade de investimentos em infraestrutura hídrica e em políticas de convivência com a seca se torna ainda mais urgente diante deste cenário.