Prefeito de Maceió evita Bolsonaro durante visita do ex-presidente à capital alagoana

23/11/2024 14:20 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução



O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou em Maceió na última segunda-feira para uma estadia de pouco mais de uma semana no Litoral Norte de Alagoas. A recepção no Aeroporto Zumbi dos Palmares, organizada por aliados bolsonaristas, ocorreu às 10h30, mas novamente não contou com a presença do prefeito da cidade, JHC. Líder do PL em Alagoas e prefeito da única capital nordestina onde Bolsonaro venceu nas eleições de 2022, JHC optou por manter distância do ex-presidente, repetindo o comportamento observado em outras ocasiões.

Fontes confirmaram ao EXTRA que, embora Bolsonaro tivesse a intenção de se reunir com lideranças locais, o nome de JHC nunca esteve na agenda oficial. Isso já havia ocorrido em visitas anteriores, como em abril deste ano, quando o ex-presidente foi homenageado pela Assembleia Legislativa de Alagoas. Dessa vez, o afastamento foi ainda mais notório, especialmente após a divulgação de investigações da Polícia Federal que apontam um suposto plano para eliminar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes, com o aval de Bolsonaro, e em seguida executar um golpe.

JHC, que também evita alinhar publicamente sua imagem com a do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), segue uma estratégia de neutralidade política. Embora tenha conquistado uma Câmara de maioria de direita para 2024, o prefeito é conhecido por ser avesso a polêmicas e por delegar a sanção de projetos de lei a aliados no Legislativo. A escolha de não comparecer à recepção de Bolsonaro ou publicar qualquer menção sobre a visita do ex-presidente ao estado reforça sua posição de evitar desgastes políticos.

A recepção no aeroporto foi comandada pelo vereador Leonardo Dias (PL), aliado bolsonarista, enquanto a ausência de JHC foi interpretada como parte de sua estratégia de preservação política. Aliados chegaram a cogitar uma possível aproximação ao longo da semana, mas o cenário mudou com o agravamento das denúncias que atingem Bolsonaro, comprometendo ainda mais a possibilidade de uma reaproximação pública.