Polícia Federal ouve mais parlamentares em investigação sobre irregularidades em emendas de R$ 4,2 bilhões com foco em Arthur Lira

10/02/2025 16:13 | Texto de:


Johnny Lucena | UP | Foto de: Reprodução



A Polícia Federal (PF) segue avançando nas investigações sobre as possíveis irregularidades envolvendo o valor de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, com foco no ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL). Nesta terça-feira (11), o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) será ouvido como testemunha no caso.

A investigação, que foi iniciada após determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem como objetivo verificar se Lira teria manipulado o orçamento e interferido na distribuição de emendas de comissão, dificultando a transparência e beneficiando seu reduto eleitoral.

Nos últimos dias, a PF já ouviu José Rocha (União-BA) e Adriana Ventura (Novo-SP), que falaram sobre a falta de transparência e as influências nas decisões sobre as emendas. Segundo informações, Adriana Ventura revelou que, na prática, as decisões sobre as emendas de comissão não eram feitas de forma deliberativa pelos membros da comissão, mas sim imposta de cima para baixo. "A lista chega pronta, o presidente da comissão assina, e ponto. Isso não é deliberado na comissão", disse a parlamentar em entrevista à revista Piauí, reforçando a ideia de que a presidência da Câmara, junto aos líderes, determinavam a destinação das emendas.

Esses depoimentos foram considerados fundamentais para dar andamento à investigação, pois indicam uma possível manipulação no processo de destinação das emendas e levantam dúvidas sobre a falta de autonomia nas decisões.

O inquérito, que busca esclarecer o papel de Arthur Lira na destinação de recursos, tem como um dos objetivos identificar se houve interferência de lobistas nesse processo. Segundo a CNN, a PF ainda pretende ouvir o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), que deve prestar depoimento em uma data a ser definida, e cuja declaração será analisada para compreender o impacto dessa suposta "manobra" nas emendas.