Polícia Federal deflagra operação contra fraude de dados de beneficiários do INSS
26/09/2024 09:35 | Texto de:
Escrito por: Johny Lucena|UP | Foto de: Reprodução
Na manhã desta quinta-feira (26), a Polícia Federal (PF) desencadeou a Operação "Mercado de Dados", com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada na obtenção fraudulenta de dados de beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A quadrilha atuava em Alagoas, São Paulo e Minas Gerais. Até o momento, ainda não foram divulgadas informações sobre o número de prisões e apreensões realizadas.
De acordo com a PF, os criminosos obtinham os dados de beneficiários para vendê-los a terceiros interessados, seja para simples consultas ou para a utilização em atividades ilícitas, como a contratação fraudulenta de empréstimos consignados e saques irregulares de benefícios previdenciários.
"As investigações, iniciadas em setembro de 2023, revelaram que a organização criminosa era composta por hackers, que usavam técnicas avançadas de invasão cibernética para acessar diretamente o banco de dados do INSS; servidores do órgão que vendiam suas credenciais de acesso; e indivíduos que comercializavam esses dados a interessados", informou a Polícia Federal em nota.
Os policiais federais cumpriram 29 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão preventiva nos estados de Alagoas, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Goiás, Paraná, Bahia e no Distrito Federal.
Entre os alvos dos mandados, está um hacker já investigado pela PF, considerado um dos mais habilidosos no acesso a sistemas informatizados. Segundo as investigações, ele era capaz de burlar a autenticação multifator, alterar os níveis de acesso das credenciais dos servidores do INSS e até mesmo utilizar os certificados digitais dos servidores.
Três servidores e um estagiário do INSS também foram alvos da operação. Os envolvidos vão responder por crimes como organização criminosa, corrupção, invasão de dispositivos informáticos, violação de sigilo funcional, obtenção e comercialização de dados sigilosos, além de lavagem de capitais. As penas podem somar mais de 15 anos de prisão.
Bloqueio de bens e recursos financeiros
A Justiça Federal da 4ª Vara Criminal de Cascavel, no Paraná, determinou o sequestro de 24 imóveis pertencentes aos integrantes da organização criminosa, além do bloqueio de contas bancárias com um valor total de até R$ 34 milhões.
A investigação contou com o apoio do Ministério da Previdência, por meio da Coordenação de Inteligência da Previdência Social (COINP).