Paulo Dantas é acusado de comandar esquema de funcionários fantasmas, diz PF
28/07/2023 08:29 | Texto de:
Paulo Dantas | Foto de: Reprodução
O Governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), foi indiciado pela Polícia Federal após a conclusão das investigações sobre supostos desvios de dinheiro na Assembleia Legislativa do estado, período em que ele atuava como deputado estadual entre 2019 e 2022.
Uma reportagem vinculada ao site Veja, o delegado responsável pelo caso, Bruno Raphael Barros Maciel, atribuiu ao governador os crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, relacionados a um esquema de nomeações de funcionários fantasmas na Assembleia.
O delegado destacou que Paulo Dantas era o "principal beneficiário e autor intelectual dos desvios" ocorridos por meio das nomeações de 93 funcionários fantasmas, cujas remunerações ultrapassavam 15.000 reais e eram sacadas por intermediários do esquema. As movimentações bancárias desses funcionários fantasmas revelaram um montante desviado de aproximadamente 48,3 milhões de reais.
Segundo as investigações, uma parte considerável do dinheiro desviado foi utilizada para pagamentos de despesas pessoais e aquisição de bens, tanto em nome de Paulo Dantas quanto em nome de terceiros, conforme evidenciado pelas análises realizadas.
Além do governador, outras 24 pessoas foram indiciadas, incluindo Marina Cintra Dantas, primeira-dama de Alagoas; Paulline Dantas Koenigkan, irmã do governador; e Melquisedec Alexandre de Melo, apontado pela PF como testa de ferro de Dantas em operações de compra de veículos utilitários e uma fazenda chamada Santa Luzia.
Defesa de Paulo Dantas:
A defesa de Paulo Dantas, representada pela advogada Valeska Zanin Martins, contestou o indiciamento, classificando-o como "açodado" e um "ataque gratuito perpetrado por autoridades despidas de atribuição legal". Os advogados alegam que o suposto esquema na Assembleia de Alagoas não tem relação com a atuação de Dantas como governador, pedindo que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida definitivamente sobre a declaração de incompetência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o caso.
Vale ressaltar que Paulo Dantas foi eleito para um mandato-tampão de governador em maio de 2022, chegou a ser afastado do cargo em outubro do mesmo ano, decisão que foi posteriormente derrubada pelos ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes do STF. O governador foi reeleito no mesmo mês.
A defesa afirma que a intenção é restaurar a dignidade do governador, alegando que a Autoridade Reclamada é incompetente para conduzir as investigações sobre o caso.