Júri declara insanidade mental de pai que assassinou filho com deficiência durante surto em São José da Laje

19/02/2025 14:49 | Texto de:


Johnny Lucena | UP | Foto de: Reprodução



O júri popular reconheceu a insanidade mental do pai acusado de matar seu filho, que era cadeirante, durante um surto psicótico no município de São José da Laje, interior de Alagoas, no dia 10 de agosto de 2023. A vítima, de 28 anos, foi assassinada com uma faca, e o acusado cortou o pescoço do filho.

Durante o julgamento, a Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) garantiu que o réu seja encaminhado para acompanhamento psiquiátrico, sendo transferido para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), sob medida de segurança. O defensor público, Aloísio Moro, demonstrou que o acusado apresentava sérios sinais de alteração no comportamento nas semanas anteriores ao crime.

Antes do incidente, o réu teria ameaçado pessoas no centro da cidade, o que levou à sua detenção pela polícia. No entanto, ele não foi devidamente encaminhado para o tratamento psicológico necessário. Um dos policiais que participou da prisão relatou que, no dia do crime, o acusado estava claramente confuso, não se lembrava do que havia feito e falava de forma incoerente.

O réu cuidava de seu filho, que nasceu com deficiência e usava cadeira de rodas, praticamente sozinho por 27 anos, em um sítio afastado em condições de vida precárias. Após o homicídio, o acusado foi levado para um manicômio judiciário, onde foi feito um laudo sobre sua condição mental. Embora o laudo afirmasse que ele seria capaz de responder pelo crime, ele também destacava comportamentos que sugerem sua incapacidade mental.

Durante o julgamento, o réu apresentou mais sinais de desequilíbrio, como ao ver sua imagem na televisão e começar a conversar sozinho, o que reforçou a argumentação da defesa sobre sua insanidade.