Nos bastidores, Lira busca inviabilizar candidatura de Renan Filho ao governo de Alagoas
14/04/2025 10:54 | Texto de:
Johnny Lucena | UP | Foto de: Reprodução
Na política alagoana, antecipar o jogo faz parte da regra não escrita. Tirar adversários do caminho antes mesmo da largada é prática recorrente – e não tem lado. Tanto governo quanto oposição se utilizam da velha tática dos acordos de bastidor para facilitar o caminho rumo às urnas. Foi assim em 2024, em Maceió, e pode ser novamente em 2026, na disputa pelo governo do Estado.
No ano passado, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), viu o campo de batalha para sua reeleição ser consideravelmente suavizado após seus principais adversários – Alfredo Gaspar e Davi Davino Filho – abrirem mão da disputa. O motivo? Um acordo selado com o apoio do então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que teria sido o grande articulador da manobra.
Não foi a primeira vez que Lira interveio no jogo político alagoano. Em 2022, ele tentou – e quase conseguiu – barrar a candidatura de Paulo Dantas à reeleição (na eleição indireta) ao governo de Alagoas. Naquela eleição, Lira liderou o palanque de oposição, lançando Rodrigo Cunha ao governo e Davi Davino Filho ao Senado.
Agora, mirando 2026, Lira se movimenta para montar um novo palanque oposicionista em Alagoas. O plano envolveria o prefeito JHC como candidato ao governo e ele próprio – ao lado de Eudócia Caldas – disputando o Senado. Porém, o cenário pode mudar. Caso Renan Filho seja o candidato do grupo governista ao Executivo estadual, há quem diga que JHC pode optar por não enfrentá-lo diretamente e se lançar ao Senado, deixando a disputa majoritária aberta.
O nome de Renan Filho, atual ministro dos Transportes, lidera todas as pesquisas internas e preocupa a oposição. Por isso, segundo um influente interlocutor, Arthur Lira tem intensificado conversas em Brasília buscando uma “solução” para as eleições alagoanas. Essa solução incluiria, supostamente, uma tentativa de barrar a candidatura de Renan Filho com apoio do governo Lula – um movimento ousado, que, se confirmado, mostraria que a articulação de bastidores continua sendo uma das armas mais afiadas no tabuleiro da política alagoana.
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