Mudanças climáticas podem estar aumentando casos de picadas de aranha-marrom em Alagoas
04/02/2025 14:02 | Texto de:

Escrito por Redação/ UP | Foto de: Reprodução

O registro de duas mortes em Maceió por suspeita de picada de aranha-marrom chamou a atenção para um fenômeno incomum na região. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, cinco pessoas foram hospitalizadas após possíveis ataques do aracnídeo, sendo que duas não resistiram.
De acordo com a especialista em manejo de animais silvestres, Maynara Rocha, o aumento da presença dessa espécie no estado pode estar ligado às mudanças climáticas. “Essas aranhas são mais comuns no Sul e Sudeste do Brasil, mas alterações no clima e no ambiente podem estar favorecendo a expansão delas para o Nordeste. Assim como ocorre com os escorpiões, a adaptação a novos territórios pode estar impulsionando esse aumento”, explicou.
A aranha-marrom se abriga, principalmente, em locais escuros, secos e pouco movimentados, como frestas de móveis, pilhas de madeira, entulhos e roupas guardadas por longos períodos. Embora não seja agressiva, ela pode picar caso se sinta ameaçada. O veneno pode causar o loxoscelismo, uma reação que pode resultar em lesões na pele e, em casos mais graves, afetar órgãos vitais.
“O efeito mais comum da picada é a necrose da pele ao redor do ferimento, que pode se agravar com o tempo. Já a forma visceral da reação, mais rara e perigosa, pode levar a sintomas como febre, vômitos, anemia e insuficiência renal, sendo mais frequente em crianças e idosos”, alertou Maynara.
A especialista reforça que, em caso de picada, medidas como cortar, sugar ou aplicar pomadas no local devem ser evitadas. O recomendado é lavar a área com água e sabão e buscar atendimento médico imediatamente. Se possível, levar o animal para identificação pode auxiliar no tratamento, que pode incluir o uso de soro antiaracnídico e cuidados para evitar infecções.
A Sesau segue monitorando os casos e orienta a população a redobrar a atenção para evitar acidentes com essa espécie, que antes era pouco registrada na região.