MP determina embargo das obras do Renasce Salgadinho para proteger fauna local

18/02/2025 11:17 | Texto de:


Escrito por Redação/ UP | Foto de: Reprodução



O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) decidiu suspender imediatamente as obras do projeto Renasce Salgadinho em Maceió até que seja apresentado um plano adequado de manejo da fauna local, especialmente dos cágados (quelônios) que habitam o Riacho Salgadinho. A medida foi tomada durante uma audiência realizada nesta segunda-feira (17), após técnicos ambientais alertarem para o risco de morte dos animais devido à falta de um resgate estruturado.A situação foi agravada pelas chuvas intensas da última semana, que levaram uma grande quantidade de cágados para as ruas, com cerca de 20 animais sendo resgatados ao serem arrastados pela enchente em direção ao mar. O resgate gerou preocupação, principalmente no entorno da avenida que margeia o Riacho Salgadinho, onde os animais apareceram em grande número.Durante a audiência, o promotor de Justiça Alberto Fonseca destacou a necessidade de que a empresa responsável pela obra execute o manejo da fauna, incluindo o resgate, tratamento veterinário e a soltura dos animais em local adequado, sempre sob a supervisão do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA). Ele enfatizou que as obras não poderiam seguir sem a regularização desses procedimentos.Paula Nascimento, gerente socioambiental da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), reconheceu que o manejo da fauna deveria ter sido planejado antes do início das obras, mas admitiu que isso não ocorreu. Ela afirmou que a Seminfra está trabalhando para acelerar o protocolo ambiental exigido pelo IMA para dar continuidade ao projeto.A assessora ambiental de Fiscalização, Myrela Lisboa, ressaltou que a paralisação das obras permanecerá até que o protocolo de Autorização para Manejo de Fauna seja apresentado. A empresa responsável terá um prazo de 10 dias para regularizar a situação, sob pena de ser multada caso não cumpra o prazo.

Uma nova audiência foi agendada para o dia 19 de março para avaliar se as exigências ambientais foram atendidas e se as obras podem ser retomadas.