Ministério Público abre procedimento judicial contra a Verde Alagoas para apurar taxas abusivas e falta de água em União
18/12/2022 14:43 | Texto de:
Moradores reclamam que estão sem água há cerca de um mês em União dos Palmares | Foto de: colaboração/ TV Gazeta
O Ministério Público de Alagoas (MPE) instaurou procedimento para apurar a falta de água em União dos Palmares, município da Zona da Mata alagoana, que perdura há cerca de um mês em algumas localidades da região. O procedimento também apura o aumento da taxa de esgoto de 30% para 80%.
Moradores reclamam que há vários dias estão com as torneiras secas. Alguns estão há 30 dias, outros há 11, mas a conta continua chegando, eles afirmam.
Um desses moradores é Pedro Lucas. Ele disse que, para não ficar sem o item essencial, está comprando galões para todos os tipos de uso. Para beber, lavar, e preparar comida.
"Todos os dias é um galão, para lavar roupa, tomar banho. Se não usar mineral, não tem outra. A gente não tem onde buscar", afirma Pedro Lucas, que está há um mês sem água. Ele mora no Conjunto Nilton Pereira e reclama que a conta chegou, mas não tem dinheiro para pagar.
"Estou tendo que comprar água. E o valor de eu pagar a conta, estou comprando água e, dependendo de mim, eu não vou pagar", complementa.
Maria Wilma também reclama que, apesar de não ter água, a conta continua chegando.
"A gente não tem onde pegar água. A gente paga. Eles têm que mandar água para a gente também, porque a conta chega todo mês para a gente pagar", reclama.
Na casa de Maria Aparecida, a roupa e a louça suja estão acumuladas. "Faz até nojo, quando eu lavar essas vasilhas e colocar a comida dentro para eu comer. Você viu a tristeza das minhas roupas? E é porque eu moro sozinha. E se eu tivesse crianças?", indaga a mulher.
Em União dos Palmares, tem gente que está enchendo baldes em chafariz. É o caso do pintor Jamersson de Oliveira.
"As duas caixas grandes estão vazias. Mais de mil litros e mais de 500 litros e já estão vazias. Onze dias sem água né. A gente dá umas quatro, cinco, às vezes até dez viagens, e quando tem água né", relata o morador.
Em outro chafariz, moradores disputavam espaço. Os moradores enchem carrinhos de mão com garrafas cheias de água para economizar viagens até o local. Juciele Conceição encontrou um espaço improvisado para lavar a louça de casa.
O MPE quer que a concessionária de água e esgoto do município informe, num prazo de 10 dias, as localidades onde houve a suspensão e justifique o motivo da suspensão de cada local. O órgão ministerial quer também que a concessionária comprove que houve aviso prévio sobre a falta de fornecimento de água.