Justiça determina afastamento do presidente da AME/AL após acusações de fraude administrativa e financeira
14/02/2025 19:46 | Texto de:

Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução

A Justiça de Alagoas decidiu, nesta sexta-feira (14), afastar o presidente da Associação dos Militares do Estado de Alagoas (AME/AL), José Erionaldo da Silva, e outros membros da diretoria, após serem apresentadas graves denúncias de irregularidades financeiras e administrativas. A decisão, tomada pela juíza Isabelle Coutinho Dantas Sampaio, da 30ª Vara Cível da Capital, é uma medida cautelar de urgência.
A ação judicial foi movida por dois membros da própria associação: o vice-presidente Dennison Alex de Azevedo Silva e o diretor jurídico André Luís de Almeida Barros. Os denunciantes afirmam que, desde o início do mandato de Erionaldo, em 2023, a gestão da entidade foi marcada por práticas ilegais, falta de transparência nos recursos financeiros e uso indevido de verbas da AME/AL. Entre as acusações, destaca-se o fato de que valores foram depositados em contas pessoais e que contratações irregulares ocorreram, incluindo a nomeação do irmão do presidente para o cargo de advogado, antes mesmo de ele ter a devida inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com um salário mensal de R$ 20 mil.
Além disso, a denúncia aponta que houve um aumento desproporcional dos honorários advocatícios pagos a familiares dos dirigentes e a falha em repassar os descontos para o plano de saúde dos associados, resultando em uma dívida de R$ 230.142,80 e a consequente suspensão dos serviços médicos oferecidos pela AME/AL.
Com a decisão judicial, além do presidente da associação, também foram afastados o presidente do Conselho Fiscal, o diretor financeiro e a diretora administrativa. O vice-presidente Dennison Alex de Azevedo Silva assumirá a presidência interinamente, conforme o regulamento estatutário da entidade.
A juíza também determinou que uma Assembleia Geral seja realizada no prazo de 30 dias para deliberar sobre a destituição definitiva dos dirigentes afastados. Eles terão direito a contestar as acusações e apresentar suas defesas no prazo legal. O Ministério Público também foi intimado e poderá se manifestar sobre a necessidade de acompanhar o processo.
A medida representa um passo importante no combate a irregularidades administrativas dentro de entidades militares, com um foco específico na transparência e na gestão responsável dos recursos.