Justiça de Alagoas condena PMs por latrocínio contra suposto traficante em 2017, em Colônia Leopoldina

05/09/2023 21:41 | Texto de:


Operação Expurgo realizada em 2019 | Foto de: Divulgação/MPE



Os policiais militares Tiago da Silva Duarte, Manoel Felipe Júnior e Marcelo Acioli Costa foram condenados pela Justiça de Alagoas. A condenação aconteceu pelo crime de latrocínio - roubo seguido de morte -, que vitimou João Pereira da Silva, vulgo "Joãozinho", em dezembro de 2017, no município de Colônia Leopoldina. A vítima seria um suposto traficante da cidade da Zona da Mata alagoana. A decisão foi publicada no Diário da Justiça de Alagoas, mas os condenados ainda podem recorrer.

Além de ter sido condenado pelo crime de latrocínio, o segundo tenente Tiago da Silva Duarte também foi condenado pelo crime de tortura. Já Manoel Felipe Júnior e Marcelo Acioli Costa foram condenados por organização criminosa. Enquanto Duarte teve a maior pena imposta, sendo condenado a 28 anos, oito meses e 15 dias de prisão e 141 dias de multa, os demais foram condenados à mesma pena: 24 anos e oito meses de prisão e 290 dias multa.

Após a decisão, a defesa do segundo tenente Tiago da Silva Duarte, composta pelos advogados Gabriel Sena e Raimundo Palmeira, declarou que o seu cliente não possui participação efetiva nos crimes, apesar das acusações trazidas. “Inclusive, já adentramos com recurso e vamos aguardar a posição do Tribunal de Justiça, no recurso de apelação”, afirmou em nota.

Relembre o caso

O crime, de acordo com denúncia do Ministério Público de Alagoas, foi encomendado pelo tenente Duarte, que à época era comandante do Pelopes de Joaquim Gomes. Uma delação premiada realizada por um colaborador das investigações fez com que os promotores chegassem até os policiais. Essa pessoa relatou que o tenente Duarte é chefe de uma organização criminosa responsável por praticar diversos crimes, como homicídios, roubos, latrocínios e desaparecimentos.

Na denúncia, consta que na madrugada de 9 de dezembro de 2017, Tiago liderou os policiais na invasão à residência de João Pereira da Silva. O fato também foi confirmado pela viúva da vítima.

O tenente teria ido atrás de drogas e dinheiro na casa de Joãozinho, o que acabou não conseguindo. A vítima chegou a prometer depositar R$ 20 mil na conta corrente de Duarte, que decidiu praticar tortura contra todos que estavam no imóvel. Por fim, ele teria disparado dois tiros de pistola .357 na cabeça de Joãozinho. Os disparos foram ouvidos pelos filhos do casal, que estavam presos num dos quartos da residência.