Johnny Lucena: Mudanças no governo Paulo Dantas devem privilegiar acordos políticos e interesses eleitorais
18/01/2025 09:16 | Texto de:

Johnny Lucena | UP | Foto de: Reprodução

O meio político local está em ebulição com as expectativas em torno das mudanças que devem ocorrer no governo Paulo Dantas. A principal especulação gira em torno dos prefeitos que ajudaram a eleger seus sucessores e que, agora, estão prestes a assumir cargos no governo estadual. As mudanças nas secretarias estratégicas, como Agricultura, Ciência e Tecnologia e Educação, estão gerando repercussões que chegam até Brasília, destacando um cenário de acordos e troca de favores políticos.
Analistas do cenário político local apontam que o segundo mandato de Paulo Dantas pode acabar servindo mais como uma plataforma para a reeleição de figuras influentes como o senador Renan Calheiros, além de ser um espaço para costurar acordos com outras lideranças políticas, como o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor. O foco do governo estaria, assim, menos voltado para a construção de uma imagem de gestor e mais para a manutenção e fortalecimento de alianças políticas.
Com prefeitos assumindo funções chave no governo, a sensação é de que as decisões não serão pautadas tanto por projetos de longo prazo para o desenvolvimento do Estado, como a erradicação do analfabetismo ou a utilização do Canal do Sertão para promover o aproveitamento das águas. Ao invés disso, a tendência é que as ações fiquem mais restritas aos interesses de cada grupo político e de seus redutos eleitorais.
Esse modelo, embora positivo para quem está inserido no jogo político e empresarial, levanta preocupações sobre os impactos para a população em geral. Com um foco em acordos e negócios, o temor é de que a gestão estadual não consiga avançar em áreas essenciais para o desenvolvimento social e econômico do Estado, deixando de lado as questões estruturais que afetam a vida da população. No entanto, no atual cenário político, a pergunta que se faz é: fora dessa dinâmica, quem conseguirá sobreviver?