Johnny Lucena: A “obsessão” do governo Lula na comunicação digital

25/01/2025 11:05 | Texto de:


Johnny Lucena | UP | Foto de: Reprodução



O governo Lula, após dois anos de mandato, percebeu que precisava se adaptar ao novo cenário de comunicação digital, onde as redes sociais dominam a interação política. Para isso, a gestão tem seguido uma tendência crescente de adotar estratégias rápidas e populares, inspiradas em figuras como o deputado Nikolas Ferreira. 

Esses movimentos incluem vídeos curtos, efeitos visuais, humor e memes – elementos que atraem o público jovem, mas que, ao mesmo tempo, geram questionamentos sobre a profundidade da mensagem política.

A tentativa de replicar esse modelo digital, no entanto, tem sido vista com ceticismo por críticos, que argumentam que essa abordagem superficial pode colocar em risco a seriedade e a transparência da gestão pública. Embora a agilidade e a eficácia nas redes sociais sejam inegáveis, a crítica central é que a forma – rapidez, humor e efeitos – pode obscurecer o conteúdo real e as questões que realmente importam. 

“O meio é a mensagem”, uma ideia formulada pelo teórico da comunicação Marshall McLuhan, surge como um ponto central dessa discussão. Em um momento onde a informação circula a uma velocidade vertiginosa, o formato das mensagens pode acabar ganhando mais destaque do que o próprio conteúdo.

Para McLuhan, a forma e o meio através dos quais as mensagens são transmitidas podem transformar a percepção que temos sobre elas. Nas redes sociais, isso é particularmente relevante, pois a rapidez da disseminação de conteúdos muitas vezes diminui a reflexão crítica sobre o que está sendo dito, substituindo a discussão profunda por algo mais efêmero, mais voltado para a atenção momentânea. 

Nesse cenário, há o risco de a gestão pública cair na tentação da "pirotecnia digital", ou seja, criar conteúdo chamativo, mas vazio, que não contribui de fato para o debate político.