Impactos da Mineração da Braskem em Maceió: Novo Relatório Revela Tremores e Deficiências no Monitoramento da Região

11/03/2025 15:50 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução



Em uma nova revelação sobre os impactos da mineração da Braskem em Maceió, a Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) divulgou nesta terça-feira (11) a Nota Técnica 04/2022 do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), trazendo à tona informações cruciais sobre os efeitos da atividade na capital alagoana. O documento, que traz dados inéditos, aponta que o fenômeno de subsidência pode ter se espalhado para áreas além da zona de risco inicialmente identificada, afetando, inclusive, trechos da Avenida Fernandes Lima, uma das principais vias da cidade.



A análise da interferometria de radar, conforme detalhado no relatório, detectou movimentações do solo não apenas nas regiões já conhecidas, como Flexais e Levada, mas também em outras direções, indicando que os danos podem ser mais extensos do que se imaginava. Os especialistas destacam, no entanto, que o método utilizado tem limitações, principalmente quando se trata de detectar afundamentos abaixo de 5 mm/ano, o que sugere que a verdadeira extensão da subsidência pode ser subestimada.



Além disso, a Nota Técnica aponta falhas graves no monitoramento da área afetada, indicando que a falta de tecnologias de precisão, como o uso de Laser Scanner e levantamentos topográficos mais detalhados, prejudica a avaliação do risco. O relatório sugere a implementação urgente dessas ferramentas para uma análise mais acurada e a identificação das áreas realmente impactadas.



Outro alerta presente no relatório diz respeito à possível subestimação da área de risco desde 2022. A velocidade de afundamento registrada naquele ano não foi somada aos dados anteriores, o que pode ter levado a uma subavaliação do problema. Embora a taxa de subsidência observada até agora não represente um risco imediato para a vida, os especialistas alertam para o potencial de danos estruturais em edifícios da região, que poderiam ser graves a longo prazo.



Em resposta às novas informações, o defensor público Ricardo Melro enfatizou a urgência de medidas corretivas. "Vamos recomendar à CPRM e à Defesa Civil que revisem a delimitação da área de risco, implementem tecnologias mais avançadas de monitoramento e realizem uma nova inspeção nas áreas do Flexal de Cima e Flexal de Baixo", afirmou Melro, destacando a importância de ações imediatas para evitar maiores danos à população e ao patrimônio da cidade.