IMA alerta sobre condições preocupantes na Laguna Mundaú, um ano após colapso da Mina 18

10/12/2024 20:45 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução



Um ano após o colapso da Mina 18 da Braskem, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) divulgou, nesta terça-feira, 10, uma atualização sobre os impactos ambientais na Laguna Mundaú, resultantes do incidente ocorrido em 2023. O estudo apontou que, desde o rompimento, o local enfrenta condições alarmantes, incluindo o agravamento da degradação ambiental e danos à biodiversidade estuarina.

De acordo com o IMA, os fatores que têm contribuído para a deterioração da laguna incluem o aumento das temperaturas da água, o lançamento de efluentes industriais e domésticos, além da presença de agroquímicos, resíduos químicos e acúmulo de matéria orgânica. O processo de assoreamento intensificado também compromete o leito da laguna, impactando negativamente as populações que dependem da região para seu sustento. O cenário é igualmente preocupante nos afluentes, como o Rio Mundaú, o Riacho do Silva e os canais de drenagem urbana.

Além disso, o IMA identificou o aparecimento de manchas de óleo na área, o que gerou ainda mais preocupação. O geólogo e consultor ambiental do IMA, Jean Melo, ressaltou que investigações estão em andamento para determinar a origem e a extensão do problema, a fim de adotar medidas corretivas e preventivas eficazes. Embora as análises físico-químicas realizadas até o momento não tenham detectado níveis fora do padrão histórico, elas reforçam a necessidade de monitoramento constante e de uma gestão integrada da região.

Entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, o IMA realizou 124 ensaios analíticos em pontos estratégicos da Laguna Mundaú. Em 2024, até o momento, foram conduzidos 176 ensaios, incluindo análises de balneabilidade e respostas a denúncias. O IMA também compartilhou os resultados com pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) para comparações com dados históricos.

Em resposta à situação, a Braskem informou que os estudos técnicos indicam que a cavidade 18, responsável pelo colapso, já está autopreenchida. Análises complementares estão sendo realizadas e serão submetidas à aprovação da Agência Nacional de Mineração (ANM). A empresa também destacou que a extração de sal-gema foi totalmente encerrada em 2019, e que medidas estão sendo tomadas para o fechamento definitivo das 35 cavidades da mina, conforme plano aprovado pelas autoridades.

A Braskem assegurou que a área de risco definida pela Defesa Civil de Maceió em 2020 está totalmente desocupada e é monitorada continuamente por uma rede de monitoramento de solo, permitindo que medidas preventivas sejam tomadas, se necessário. A empresa reiterou seu compromisso com a segurança das pessoas e a implementação de ações para mitigar e reparar os impactos nos bairros afetados, como Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol. Entre as medidas estão acordos com autoridades para realocação preventiva, compensação financeira, apoio psicológico, zeladoria nos bairros, e monitoramento contínuo do solo.