Governo de Alagoas e organizadores de réveillon respondem a críticas sobre patrocínio a evento privado

30/12/2024 18:48 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução



O repasse de R$ 300 mil do Governo de Alagoas para o réveillon privado Celebration gerou polêmica e críticas, especialmente do deputado federal Fábio Costa, que classificou o investimento como um "absurdo" em meio aos problemas enfrentados pela população, como hospitais lotados e escolas em péssimas condições. O evento, realizado em Maceió, foi um dos beneficiados pelo patrocínio governamental, que totalizou mais de R$ 1,5 milhão para festas privadas de réveillon, conforme questionado na semana passada pelo deputado estadual Cabo Bebeto.

Em resposta, o empresário Sérgio Feitosa, responsável pelo Celebration, defendeu o evento, destacando que a festa privada tem um impacto significativo na economia local. Em suas redes sociais, Feitosa afirmou que a festa "injetou R$ 63 milhões na economia de Maceió", defendendo que o deputado Fábio Costa "não tem noção" do benefício que o evento traz ao estado e sugerindo que, se o parlamentar deseja criticar o governo, não envolva o Celebration na discussão.

O Governo de Alagoas, por meio da Fundação Universitária de Extensão e Pesquisa (Fundepes), também justificou o patrocínio. Segundo um comunicado oficial, para cada R$ 1 investido pelo Governo nos réveillons locais, R$ 128 retornam à economia do estado, resultando em um impacto de R$ 300 milhões. Esse valor considera as cinco principais festas de réveillon realizadas em 2023/2024: Celebration, Arcanjos, NemVem, Mil Sorrisos e Réveillon dos Milagres. A Secretaria de Turismo (Setur) também reforçou a importância de patrocinar esses eventos como parte de uma estratégia para promover o turismo regional e gerar impacto econômico positivo, além de apoiar a promoção do destino Alagoas junto a operadoras turísticas.

Apesar das justificativas, a crítica de Fábio Costa foi contundente. O deputado afirmou que é injustificável o uso de recursos públicos para patrocinar festas privadas, que são acessíveis apenas a uma minoria da população, enquanto os serviços públicos essenciais, como saúde e educação, continuam a sofrer com escassez de recursos e infraestrutura precária. "O dinheiro público deve ser utilizado para resolver problemas reais da população", declarou Costa, referindo-se ao caos nos hospitais, à falta de segurança nas ruas e à infraestrutura educacional deficiente.

O deputado estadual Cabo Bebeto também se manifestou, apontando o patrocínio de mais de R$ 1,5 milhão a essas festas privadas como um exemplo da política do pão e circo do governo de Paulo Dantas. Ele questionou a justificativa do governo para usar verbas públicas em eventos de luxo enquanto a população enfrenta dificuldades em serviços básicos, como saúde e educação. Para Bebeto, esse tipo de gasto representa uma prioridade errada no uso dos recursos públicos.

A discussão sobre os patrocínios de réveillon segue gerando polêmica, com críticas sobre o uso de recursos públicos em eventos privados, enquanto muitos consideram que o governo deveria focar mais nas necessidades urgentes da população.