Golpe do "Bilhete Premiado": Polícia Civil de AL desarticula quadrilha e bloqueia R$ 2 milhões

21/03/2025 12:54 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução




A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) desmantelou um grupo criminoso especializado no golpe do "bilhete premiado", que causou prejuízos de cerca de R$ 2 milhões a seis vítimas, todas idosas, durante o ano de 2024. A operação, coordenada pelo delegado Lucimério Campos, resultou no cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, emitidos pela 7ª Vara Criminal da Capital, e ocorreu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, nesta semana.

Além da apreensão de dois veículos usados pelos criminosos, a ação teve como foco o bloqueio de valores em contas bancárias, com o objetivo de garantir o ressarcimento às vítimas. O montante bloqueado foi estimado em R$ 2 milhões, provenientes das transferências realizadas pelas vítimas durante a execução do golpe.

Como o golpe é aplicado

O "golpe do bilhete premiado" é amplamente conhecido em Maceió e tem como principais alvos os idosos. A estratégia envolve uma mulher, que se apresenta como portadora de um bilhete de loteria premiado, pedindo ajuda para resgatar o prêmio. Ela afirma ser Testemunha de Jeová e não poder receber o valor integral. A situação atrai a ajuda de um homem bem-vestido, que, se oferecendo para ajudar, sugere que a vítima compre parte do prêmio.

Para convencer a vítima, o grupo faz ligações para falsas centrais telefônicas que confirmam a premiação. O golpe se ajusta conforme a reação da vítima, oferecendo o bilhete a um preço reduzido ou sugerindo uma contribuição para uma falsa doação beneficente. Os criminosos, então, acompanham a vítima até um banco, onde ela é induzida a realizar transferências bancárias por meio de PIX, TED ou até mesmo a contratar empréstimos, com os valores sendo transferidos para contas de "laranjas". O dinheiro é rapidamente transferido para outras contas, dificultando o rastreamento e o bloqueio pelos policiais.

A cooperação policial interestadual

A operação foi possível graças à colaboração entre as polícias de diferentes estados. A Polícia Civil de Alagoas contou com o apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em especial da 2ª Delegacia de Passo Fundo, comandada pela delegada Carolina Goulart. Além disso, participaram da ação equipes da SIPAC da 6ª DPRI, DRACO de Passo Fundo e o Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil do Paraná.

A operação também foi facilitada pela disponibilidade de uma aeronave do Departamento de Aviação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, que permitiu o deslocamento da equipe alagoana de forma mais rápida e eficiente, dada a distância entre Porto Alegre e Passo Fundo.

A investigação continua em andamento, e a Polícia Civil de Alagoas trabalha para localizar outros membros da quadrilha e recuperar os valores roubados.