Gestante denuncia negligência médica e recusa de atendimento em hospital de AL

26/02/2025 14:58 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução



Uma gestante denunciou ter sido vítima de negligência médica ao relatar que teve seu parto recusado por duas vezes consecutivas no Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares, Alagoas. O caso, que ocorreu durante o fim de semana de 23 a 24 de fevereiro, gerou revolta e preocupação pela maneira como a paciente foi tratada pela equipe de saúde.A mulher chegou ao hospital no domingo à noite (23) apresentando dores e contrações características de um possível trabalho de parto. Apesar de sentir fortes dores, ela não foi atendida imediatamente. As dores continuaram até a madrugada de segunda-feira (24), quando foi finalmente examinada, mas, segundo a gestante, de maneira agressiva pelo médico e pela enfermeira durante o exame de toque, o que a deixou machucada. Durante o atendimento, a enfermeira também afirmou que, com 38 semanas de gestação, a gestante não poderia realizar o parto naquele momento.O marido da vítima, Alexandre, revelou que, durante o período de espera, a equipe médica estava dormindo, o que gerou ainda mais desconforto e frustração. Após a recusa em realizar o parto, a gestante recebeu alta médica, sendo orientada a retornar caso houvesse qualquer alteração em seu quadro clínico.Na manhã de segunda-feira (24), a gestante retornou ao hospital devido ao rompimento de sua bolsa. Ao ser atendida pelo mesmo médico, foi informada de que não estava em trabalho de parto, mesmo alegando estar com 39 semanas de gestação. O médico insistiu que ela não tinha semanas suficientes e, ao ser questionado sobre os riscos à vida da mãe e do bebê, ele se negou a realizar a cesárea. Em um áudio enviado pela paciente, o médico afirmou: “Então pode processar, porque eu não vou fazer seu parto cesáreo.”Em um tom agressivo, o médico ainda ironizou a situação ao despedir-se da paciente com a frase “tchau, vá com Deus”, sem tomar nenhuma providência quanto ao parto. O marido da gestante, ainda indignado, declarou que a esposa segue em casa, sem dilatação suficiente para um parto normal, e que o médico foi claro ao dizer que não faria nenhum procedimento para retirar a filha.A situação foi registrada pela própria gestante, que em uma gravação, relatou ter sido tratada de forma inadequada por toda a equipe médica, desde o exame de toque até a recusa em realizar o parto. "Diante da gravidade da situação, ela precisa de um procedimento", afirmou Alexandre, destacando a falta de assistência necessária para a gestante.Em resposta à denúncia, a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau/AL) e a direção do Hospital Regional da Mata emitiram uma nota esclarecendo que, em nenhum momento, houve negativa de atendimento à paciente. Segundo a nota, ela foi admitida na segunda-feira (24), onde passou por exames e foi diagnosticada com 38 semanas e 4 dias de gestação. O hospital explicou que a gestante não estava em trabalho de parto no momento da avaliação médica, e após reavaliação, foi liberada, com orientações para retornar caso houvesse qualquer alteração.A direção da unidade ressaltou que a paciente retornou no dia 25, mas os médicos não encontraram evidências de trabalho de parto ativo. Eles explicaram que, apesar das contrações, não havia mudanças no colo do útero que justificassem a internação. O hospital também alegou que, diante da discordância da paciente, ela e seu acompanhante agrediram verbalmente a equipe médica, e que a unidade seguiu as normas estabelecidas pela literatura obstétrica.

Por fim, a direção do hospital reafirmou que a unidade está à disposição para atender a gestante e que continuará prestando a assistência necessária conforme os protocolos médicos.