Flexeiras está entre as cidades investigadas pela PF na operação Maligno
21/05/2024 11:29 | Texto de:
Prefeita de Flexeiras | Foto de: Reprodução
O município de Flexeiras está entre as 20 cidades no interior de Alagoas que são alvo da operação Maligno, a qual investiga pelo menos cinco cooperativas envolvidas em uma organização criminosa especializada em fraudes na administração pública. Segundo o Ministério Público de Alagoas (MPAL), as cooperativas desviaram mais de R$ 200 milhões no estado.
As investigações são fruto de uma operação realizada na última quinta-feira (16), em Alagoas e Pernambuco. Disfarçada de cooperativas de prestação de serviços, a organização oferecia diversos serviços ligados à administração pública, como coleta de resíduos sólidos, limpeza de vias públicas e contratação de profissionais para diversas funções. Tudo fazia parte de um esquema destinado ao desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito dos envolvidos.
“Estamos verificando quais outros municípios contrataram esta e outras cooperativas atreladas a ela, colocando pessoas sem concurso público nas prefeituras conforme indicações, gerando essa fraude em que o dinheiro vai parar com particulares”, comentou o promotor de Justiça Klever Valadares.
Cinco pessoas foram presas durante a operação, acusadas de peculato, fraude em licitações e contratos, falsidade ideológica, desvio e lavagem de dinheiro público, entre outros ilícitos penais. O líder da quadrilha, o advogado Frederico Benigno Simões, foi preso em Petrolina (PE). Entre os bens apreendidos está um Porsche Carrera 911, avaliado em R$ 828 mil, que foi comprado do ex-jogador Daniel Alves.
A operação cumpriu um mandado de prisão em Maceió, três em Petrolina e um na cidade de Japaratinga, no Litoral Norte de Alagoas. Além disso, oito mandados de busca e apreensão foram executados nas mesmas localidades. O MPAL informou que conseguiu que a 17ª Vara Criminal da Capital determinasse o bloqueio e sequestro de bens dos denunciados, totalizando R$ 46 milhões.
Segundo as investigações, o grupo firmou contratos milionários com 20 municípios de Alagoas, movimentando R$ 243 milhões entre outubro de 2020 e março de 2023. A cooperativa disfarçada recebia grandes quantias de dinheiro público dos municípios sob o pretexto de pagar os 'cooperados'. No entanto, uma parte significativa desse dinheiro era desviada para contas bancárias de empresas de fachada, sem contrapartida efetiva.
Até o momento, não há informações detalhadas sobre quanto a quadrilha faturou da gestão de Flexeiras com o esquema. As investigações continuam e a Polícia Federal está averiguando a possibilidade de outros municípios estarem envolvidos no crime.
A prefeitura de Flexeiras ainda não se pronunciou a respeito da operação.