Família culpa escola por morte de jovem em União; Seduc informa em nota que estudante saiu sem autorização do colégio

29/03/2023 19:08 | Texto de:


Seduc lançou nota sobre o caso do estudante Carlos Eduardo dos Santos | Foto de: Reprodução



A família do estudante Carlos Eduardo dos Santos, de 19 anos, está responsabilizando a Escola Monsenhor Clóvis Duarte de Barros pela morte dele, já que a unidade escolar teria liberado ele. Na última segunda-feira (27), o jovem estudante saiu do colégio e se jogou da ponte sobre o Rio Mundaú, em União dos Palmares, e o seu corpo foi encontrado na manhã desta quarta (29).

De acordo com a família, o jovem sofria de depressão e epilepsia, mas vinha tomando as medicações e estava tudo controlado. No entanto, ele sofreu uma crise de ansiedade na escola, o que fez ele ficar agressivo e se jogar da ponte. Segundo Rodrigo, tio do rapaz, a diretora da escola entrou em contato com a família e informou que ele estava apresentando um comportamento estranho e mostrando agressividade.

"Ele tinha problemas, só que ele tomava medicação e estava tudo controlado. A diretora ligou e falou que ele estava com um comportamento estranho e muito agressivo. Eles informaram que não tinham como manter ele na escola por causa da agressividade que ele estava demonstrando. Minha irmã falou segura ele aí um pouco que a gente chega já, só que quando a minha irmã chegou ele já havia sido liberado pela diretora e não estava mais lá. O que relataram foi que ele chegou até a ponte, deixou a bolsa, o celular e pulou de costas no rio", contou.

Ainda segundo Rodrigo, todos sabiam que o jovem tinha problemas, inclusive o colégio. "A escola sabia que ele tinha esse problema. Como elas disseram que o comportamento dele estava estranho, ligaram para minha irmã e ela falou que ele tinha problemas, então se elas deixaram ele sair após escutar isso da minha irmã, elas poderiam ter evitado. Ele tinha 19 anos e lá na escola deve ter alguém para segurar ele, não tinha que ter deixado ele sair. Se não tivesse liberado, até eu ou a mãe dele ter chegado, isso não tinha acontecido", afirmou.

O tio do jovem também disse que a crise de ansiedade do estudante se deu após uma discussão com a diretora da escola. "Faz tempo que ele tem esse problema de depressão e epilepsia, só que estava tudo controlado, mas ele teve uma discussão com a diretora e deu essa crise nele. Ele já tentou se matar em casa, só que a gente sempre tinha o controle, mas não na escola. A gente estava até agradecendo a Deus porque ultimamente ele estava normal e não tinha dado mais entrada no hospital. A gente tinha acreditado até que Deus tinha curado ele, mas infelizmente recebemos essa notícia", lamentou.

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) publicou uma nota e afirmou que Carlos Eduardo saiu da escola sem autorização da direção. O comunicado também diz que a escola adota normas para todos os alunos, incluindo os maiores de idade, e que todas as providências cabíveis foram tomadas pela direção, que acionou o Corpo de Bombeiros para tentar localizá-lo.

A direção da escola disse desconhecer o que o tio de Carlos Eduardo disse sobre ele ter tentado tirar a própria vida antes e que chegou a ser internado em um hospital psiquiátrico. A Seduc reiterou sua solidariedade com a família do estudante e disse que está acompanhando o caso de perto.

Confira a nota da Seduc na íntegra:

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) comunica que está prestando total solidariedade à família de Carlos Eduardo dos Santos, 19 anos, aluno da Escola Estadual Monsenhor Clóvis Duarte de Barros, em União dos Palmares, dado como desaparecido desde segunda-feira (27).

O estudante saiu da escola sem autorização da direção da unidade, infringindo as normas adotadas, inclusive, para os alunos que já atingiram a maioridade e, segundo relatos, pulou da ponte sobre o rio Mundaú.

A direção da escola informa, ainda, que tomou todas as providências cabíveis, acionando, inclusive, o Corpo de Bombeiros na tentativa de localizar o estudante. E que desconhecia o fato de o mesmo já ter atentado antes contra a própria vida, chegando a ser internado em hospital psiquiátrico.