Empresário alagoano é preso em ação da PF contra fornecimento ilegal de armas e munições a facções criminosas
21/05/2024 09:00 | Texto de:
Material apreendido | Foto de: Reprodução
Nesta terça-feira (21), uma operação conjunta deflagrada pela Polícia Federal (PF) resultou no desmantelamento de uma organização criminosa responsável pelo fornecimento de armas e munições para facções criminosas nos estados de Alagoas, Bahia e Pernambuco. A operação envolveu a participação de mais de 300 policiais federais, grupos táticos da Polícia Militar, promotores do Gaeco e integrantes do Exército.
De acordo com a PF, a organização incluía policiais militares da Bahia e Pernambuco, colecionadores, atiradores e caçadores (CAC), além de comerciantes de armas e munições. O esquema desviava grandes quantidades de armamentos e munições através de inserção fraudulenta de informações nos sistemas oficiais de controle e fiscalização.
Em Alagoas, o proprietário de uma loja de armas foi identificado como um dos principais investigados. Ele teria recebido cerca de R$ 700 mil em um ano pela compra de munições ilegais. Em Pernambuco, um sargento da PM de Petrolina movimentou aproximadamente R$ 2,1 milhões em seis meses entre 2021 e 2023, valor considerado incompatível com seus rendimentos. Segundo delação premiada, o grupo liderado por esse sargento vendia cerca de 20 armas de fogo por mês.
A operação resultou no sequestro de bens e no bloqueio de valores de até R$ 10 milhões dos investigados, além da suspensão das atividades de três lojas de venda de material bélico. Entre as lojas afetadas, destaca-se a “Universo Militar” de Juazeiro (BA), cujos proprietários foram identificados como comerciantes ilegais de armas e munições.
A decisão judicial que autorizou a operação revelou que a quebra de sigilo telefônico e telemático dos investigados demonstrou claramente a existência de uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de armas de fogo, munições e itens balísticos. O grupo negociava armas de uso restrito, como fuzis e espingardas calibre 12 semiautomáticas, frequentemente usadas em assaltos a carros-fortes e instituições financeiras, além de ações conhecidas como “novo cangaço”.
Diversas práticas criminosas foram identificadas, incluindo a falsificação de Certificados de Registro de Arma de Fogo (CRAFs) para obtenção de armamentos em lojas regulares. Um dos investigados, com a ajuda de sua companheira, enviava armas para cidades como Eunápolis, Porto Seguro e Juazeiro, realizando transações financeiras via PIX que somaram R$ 77.150,00, enquanto sua companheira transferiu R$ 108.910,00 em apenas 65 dias para um comerciante de armas.