Emendas de senadores e deputados decidiram reeleição de prefeitos em Alagoas

07/11/2024 08:39 | Texto de:


Johny Lucena | UP | Foto de: Reprodução



Em um feito inédito, todos os 54 prefeitos de Alagoas que buscaram a reeleição em 2024 conseguiram assegurar um novo mandato. A situação se repetiu em Roraima, que também alcançou o índice de 100% de sucesso. Outros estados apresentaram números expressivos: o Acre, com 92,85%, e a Paraíba, com 92,52% de prefeitos reeleitos. No cenário nacional, mais de 3 mil prefeitos buscaram a reeleição, e 80,6% obtiveram êxito, estabelecendo um novo recorde.

Especialistas apontam para um fator em comum entre esses mandatários: a crescente dependência de recursos provenientes de emendas parlamentares, repassadas por deputados federais e senadores via Orçamento da União. Nos últimos 10 anos, o montante destinado às emendas saltou de R$ 3,4 bilhões para R$ 37,5 bilhões, de acordo com dados divulgados pelo deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ).

Para muitos analistas políticos, essa centralização do orçamento pelo Congresso gera desequilíbrios na democracia brasileira, favorecendo a permanência dos prefeitos no poder e dificultando a renovação política nos municípios. Essa dependência das emendas federais deixa os prefeitos atrelados aos parlamentares, afetando a autonomia das gestões locais e criando um ciclo que favorece aqueles já estabelecidos no poder.

Enquanto o alto índice de reeleição reflete uma estabilidade para as administrações, levanta também preocupações sobre a manutenção da competitividade nas eleições e o impacto desse sistema no fortalecimento da democracia local.