"Deu até sexta-feira": Vereador e família vivem pesadelo após supostas ameaças de morte

22/01/2025 09:46 | Texto de:


Johnny Lucena | UP | Foto de: Reprodução



Um vídeo publicado nas redes sociais levantou acusações graves contra o deputado estadual Lelo Maia (União), supostamente envolvendo coação ao vereador eleito de Joaquim Gomes, Nildo da Ponte (PSDB/Cidadania). Nas imagens, Lelo Maia e um grupo de apoiadores, acompanhado pelo vereador por Maceió Zé Márcio, aparecem entrando na casa do ex-aliado. O conteúdo sugere que o grupo teria ameaçado o vereador e sua família, cobrando dívidas e aludindo a um suposto "compromisso" político.

O vídeo começa com registros de uma câmera de segurança que mostram a chegada do grupo à residência. Em seguida, uma gravação atribuída a uma câmera escondida revela diálogos que reforçam o clima de intimidação. No áudio, uma voz atribuída ao deputado cobra o pagamento de um valor e faz ameaças veladas:

"Resolva a questão do dinheiro até sexta-feira para que eu não venha mais aqui. Não tenho medo de polícia, de justiça e sempre resolvi minhas coisas como um homem. Meus compromissos eu cumpro, cumpra o seu para não passar vergonha na frente da sua família."

A gravação sugere que a cobrança estaria relacionada ao apoio político prestado ao vereador durante sua campanha. Ainda no áudio, o interlocutor menciona que, após o pagamento da dívida, o vereador teria liberdade para "votar em quem quiser".

O episódio ganhou destaque por lembrar práticas coronelistas, com acordos que extrapolam a legislação eleitoral. A publicação do vídeo ocorre uma semana após Nildo da Ponte anunciar, em suas redes sociais, uma aliança política com o deputado estadual Marcos Barbosa (Avante), o que pode ter rompido um pacto anterior.

As assessorias de Lelo Maia e Zé Márcio negaram as acusações, classificando o vídeo como "fake news". Segundo os parlamentares, a visita foi a convite de Nildo da Ponte e se tratou de uma conversa política.

"São [eles] sim, mas não houve invasão, nem agressão e nem ameaça. Foi uma conversa política, como tantas outras," afirmou a assessoria.

No entanto, uma fala feminina registrada no final do vídeo reforça a polêmica. Na gravação, a mulher diz: "Ameace meu marido não." A resposta, atribuída a Lelo Maia, foi: "Quem está errado é ele, pode chamar a polícia, fazer o que ele quiser."

Investigação e repercussão

O caso já repercute amplamente nos círculos políticos e entre a população, gerando discussões sobre ética e práticas eleitorais. Não há informações sobre a abertura de investigações oficiais, mas o episódio levanta questionamentos sobre os limites das articulações políticas e a pressão sobre lideranças locais.

As imagens e o áudio permanecem sob análise, e novos desdobramentos são aguardados para esclarecer os fatos e as responsabilidades.