Cuidado, é golpe! Criminosos prometem renda extra para aplicar golpes através do Pix
13/09/2023 15:06 | Texto de:
Imagem ilustrativa | Foto de: Reprodução
O golpe da renda extra, também conhecido como "golpe das pequenas tarefas" ou "golpe dos R$ 20", tem se disseminado nas redes sociais, com criminosos usando a plataforma Pix como ferramenta para enganar vítimas em todo o país. Nesse golpe, os fraudadores abordam as pessoas pelo WhatsApp, oferecendo dinheiro em troca de tarefas simples, como curtir vídeos no TikTok ou avaliar estabelecimentos no Google. No entanto, após conquistar a confiança das vítimas, os golpistas exigem "investimentos" cada vez maiores, deixando os incautos no prejuízo.
Segundo relatos de vítimas, o esquema começa com uma abordagem pelo WhatsApp, onde os criminosos se passam por representantes de empresas de avaliação e curtidas. Ao concordar em conhecer mais sobre a proposta, as vítimas são levadas para grupos no aplicativo Telegram, que geralmente têm milhares de membros e compartilham relatos falsos de experiências bem-sucedidas.
Uma vez dentro do grupo, as vítimas começam a receber pedidos dos golpistas, que incluem atividades como curtir vídeos, seguir perfis e fazer avaliações de estabelecimentos. Em troca, os usuários recebem pequenas quantias, geralmente entre R$ 10 e R$ 20, após concluírem um determinado número de tarefas.
Contudo, a mecânica do golpe muda quando os criminosos passam a exigir "investimentos" crescentes dos participantes. Os valores solicitados variam de R$ 120 a R$ 1.000, com promessas de retornos que chegam a 100% sobre o valor investido. Uma vítima relatou à reportagem que, após transferir o dinheiro pelo Pix, perdeu o contato com o grupo e foi bloqueada pelos administradores.
O advogado especialista em direito digital, Luiz D'Urso, alerta que os criminosos podem obter os números de telefone das vítimas em bancos de dados expostos e, em seguida, enviam mensagens indiscriminadamente. "São milhares de números; eles escolhem alguns aleatoriamente e disparam mensagens", diz D'Urso.
Para combater esse tipo de fraude, o Banco Central criou o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que permite às vítimas de golpes financeiros solicitar o estorno de um Pix realizado. Não é necessário fazer um boletim de ocorrência; basta entrar em contato com o banco por telefone ou pelo chat do aplicativo e relatar o ocorrido para que o pedido de estorno seja feito. Após análise das instituições, o valor bloqueado é devolvido em até 96 horas após a confirmação do golpe.
Luiz D'Urso enfatiza a responsabilidade dos bancos em casos desse tipo de fraude e afirma que eles são obrigados a ressarcir os consumidores. Além disso, Ione Amorim, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), destaca a importância de registrar reclamações não apenas contra as instituições financeiras, mas também contra as empresas responsáveis pelas redes sociais. "É preciso fazer uma reclamação para que as companhias rastreiem essas falsas empresas e contas-laranjas criadas", diz Amorim.
Em conclusão, o golpe da renda extra, que se enquadra como estelionato e está previsto no artigo 171 do Código Penal, continua a representar uma ameaça para os usuários das redes sociais. As autoridades e as vítimas estão tomando medidas para combater esse tipo de fraude, mas a conscientização e a vigilância são essenciais para evitar cair nesse tipo de golpe. A promessa de dinheiro fácil deve sempre ser encarada com suspeita, e é importante denunciar atividades suspeitas às autoridades competentes.