Cenário político alagoano: Lira articula, Renan nega acordo e JHC desponta como peça-chave para 2026

23/11/2024 15:29 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução



Embora o segundo mandato de JHC (PL) como prefeito de Maceió ainda esteja distante de começar, bastidores apontam que ele já se movimenta para consolidar uma gestão ainda mais expressiva do que a atual. Tal estratégia não seria à toa: JHC é visto como um dos principais nomes para disputar o governo de Alagoas ou o Senado em 2026.  


A semana passada foi marcada por rumores de um grande acordo político envolvendo JHC, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o senador Renan Calheiros (MDB). Segundo o colunista Lauro Jardim, a proposta inclui o prefeito de Maceió como candidato ao governo estadual, Renan tentando a reeleição ao Senado e Lira concorrendo a outra vaga na Casa. A especulação ganhou força com informações de que JHC estaria a caminho de Brasília para um encontro com o presidente Lula (PT), levando na bagagem a indicação de sua tia, Marluce Caldas, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).  


No entanto, o grupo de Calheiros nega veementemente a existência de qualquer acordo. Aliados do senador acreditam que Lira estaria tentando forçar as negociações, especialmente diante de uma suposta debandada de prefeitos eleitos sob sua influência, o que poderia favorecer Renan. Já Lira, por sua vez, tem mantido silêncio absoluto sobre o tema.  


Enquanto articulações políticas seguem em curso, Lira dedica atenção crescente aos seus negócios no setor agropecuário. Recentemente, ele adquiriu metade de uma vaca da raça Nelore por R$ 2,5 milhões e realizou um leilão no interior alagoano em 2022, arrecadando R$ 4,3 milhões. Suas aquisições de terras, incluindo propriedades em Quipapá (PE) e outras regiões, reforçam sua posição como um dos maiores pecuaristas em ascensão no Brasil.  


No campo político, porém, o cenário é menos favorável para Lira. Ele enfrenta dificuldades em manter sua influência no governo federal. Até o momento, não obteve apoio para ser indicado ministro no governo Lula a partir de 2025, e a pasta do Ministério da Saúde, cobiçada pelo Centrão, parece cada vez mais distante de seu alcance. Além disso, Hugo Motta (Republicanos/PB) desponta como favorito para sucedê-lo no comando da Câmara, enquanto o deputado alagoano Isnaldo Bulhões (MDB) deve ser nomeado presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO).  


Ademais, Lira vê sua força política enfraquecer em órgãos estratégicos como o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). Ele também perde espaço no controle do orçamento secreto, que, apesar de rebatizado, segue ativo como ferramenta de barganha política no Congresso.  


Enquanto isso, JHC mantém sua trajetória ascendente, com popularidade crescente e potencial para atrair votos espontâneos, o que o coloca no centro do tabuleiro político de 2026. Sua habilidade em transformar Maceió e evitar desgastes políticos o torna um trunfo eleitoral cada vez mais preocupante para os adversários, incluindo os poderosos grupos de Lira e Renan.