Caso João de Assis: cinco pessoas da mesma família vão a júri popular pelo assassinato do auditor fiscal

31/10/2024 08:43 | Texto de:


Johny Lucena | UP | Foto de: Reprodução



Cinco membros de uma mesma família serão julgados nesta quinta-feira (31) pelo assassinato do auditor fiscal João de Assis Pinto Neto, ocorrido em agosto de 2022. O julgamento acontece no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, Maceió.

João de Assis, de 62 anos, foi morto durante uma inspeção em um mercadinho no bairro do Tabuleiro do Martins, onde verificava suspeitas de compra e venda de mercadorias roubadas. Segundo as investigações, os réus — Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo e Vinícius Ricardo de Araújo da Silva — cometeram o crime após uma discussão com a vítima.

A acusação aponta que o auditor foi espancado, asfixiado, apedrejado e esfaqueado antes de ser levado a um canavial no Benedito Bentes, onde teve o corpo carbonizado. Segundo o Instituto de Medicina Legal (IML), ele morreu devido a traumatismo craniano.

Os quatro réus respondem por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor, pois teriam convencido um adolescente a auxiliar na limpeza da cena do crime. A mãe de três dos acusados, Maria Selma Gomes Meira, também será julgada por ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor. De acordo com a investigação, ela ajudou a limpar o sangue do auditor no local e participou da retirada do carro da Secretaria da Fazenda de Alagoas (Sefaz) da cena.

O crime e os envolvidos

Em 26 de agosto de 2022, João de Assis realizava uma fiscalização no estabelecimento, onde, segundo a polícia, teria sido atacado pelos proprietários Ronaldo, Ricardo e Vinícius, com a participação do menor, conhecido como “Pintinho”. Durante as agressões, João Marcos fechou uma das portas do mercadinho para dificultar a fuga da vítima. Maria Selma, por sua vez, teria limpado as manchas de sangue do local e ajudado a remover o carro de fiscalização para encobrir o crime.

Após o assassinato, os réus usaram gasolina e papelão para queimar o corpo da vítima em um matagal. Mesmo após o ocorrido, o mercadinho permaneceu parcialmente aberto ao público, enquanto os acusados realizavam a limpeza do local.

O caso gerou grande repercussão em Alagoas e agora será decidido em julgamento popular, onde os réus poderão responder por crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, corrupção de menor e fraude processual.