Caso de feminicídio em Murici: Justiça torna réu acusado de assassinar esposa dentro de loja
27/11/2023 19:23 | Texto de:

Carla Janiere da Silva Barros e Jeferson Marcos Timóteo | Foto de: Reprodução

O Ministério Público Estadual (MPE/AL) formalizou denúncia contra Jeferson Marcos, acusado de assassinar a tiros a empresária Carla Janiere da Silva Barros no último dia 14, dentro da loja da vítima, na cidade de Murici. A ação penal, proposta pela promotora de Justiça Ilda Regina Reis, revela detalhes do crime, classificado como homicídio quadruplamente qualificado.
De acordo com os autos, o autor dos disparos, que era esposo da vítima, enfrenta acusações por homicídio qualificado com motivo torpe. A denúncia destaca que o réu possuía um intenso sentimento de posse sobre Carla, o que levou ao crime sem justificativa aparente. O assassinato foi perpetrado com cinco projéteis de arma de fogo, resultando em ferimentos graves que levaram à morte por choque hipovolêmico.
O meio cruel do crime foi evidenciado durante a denúncia, pois, mesmo após três tiros, o agressor realizou disparos à queima-roupa contra o ombro e o rosto da vítima. A promotora ressaltou que a jovem empresária foi submetida a um relacionamento abusivo, que incluía agressões físicas e psicológicas, culminando na tragédia.
A ação penal ainda destacou a presença do agravante do feminicídio, considerando que Carla Janiere da Silva Barros foi morta exclusivamente por ser mulher. Depoimentos de testemunhas reforçam o controle obsessivo do acusado sobre a vítima, evidenciando um histórico de agressões e restrições à sua liberdade.
Uma das testemunhas, Cícera Maria da Silva, avó da vítima, relatou que Jeferson Marcos pediu demissão do emprego para trabalhar exclusivamente na loja do casal, buscando controle total sobre a vida de Carla. "Ele queria ter controle total da vida da vítima e não deixava a Carla falar com as pessoas na rua, com amigos ou familiares e, se ela o desobedecesse, apanhava", afirmou.
A promotora Ilda Regina Reis lamentou o trágico destino de Carla Janiere da Silva Barros, ressaltando que o caso representa mais uma dolorosa estatística de feminicídio no país.