Batalhão Ambiental da PM resgata mais de 3.700 animais silvestres em 2024 e combate tráfico ilegal
26/12/2024 14:24 | Texto de:

Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução

Entre janeiro e outubro de 2024, o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) realizou o resgate de 3.734 animais silvestres que estavam sendo mantidos em cativeiro ilegalmente, cumprindo a Lei nº 9.605/98, que trata das sanções para crimes ambientais. Esse número reflete o esforço constante da unidade para preservar a fauna e combater práticas lesivas ao meio ambiente, como o tráfico de animais silvestres.
A principal missão do BPA é não apenas executar o policiamento ostensivo terrestre e aquático, mas também planejar e coordenar ações voltadas para a proteção dos ecossistemas e da biodiversidade. Segundo o sargento Rosival Santos, comandante de uma das guarnições do batalhão, o enfrentamento do cativeiro ilegal esbarra em uma cultura enraizada na sociedade, o que exige não apenas repressão, mas também um trabalho educativo.
“Identificamos os locais, resgatamos os animais e, simultaneamente, tentamos conscientizar as pessoas sobre os impactos ambientais dessa prática, que muitos consideram inofensiva, até terapêutica. Explicamos os danos à fauna e à biodiversidade e alertamos sobre os prejuízos irreversíveis ao nosso meio ambiente”, explica o sargento.
Em alguns casos, o trabalho de conscientização resulta na entrega voluntária dos animais pelos próprios responsáveis, permitindo que sejam reabilitados e retornem à natureza. Contudo, nem todos sobrevivem, devido às condições precárias em que estavam mantidos.
De acordo com o Artigo 29 da Lei nº 9.605, manter animais silvestres em cativeiro sem autorização é um crime ambiental, sujeito a penas de detenção de seis meses a um ano, além de multa. Após o resgate, os animais são encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em Maceió.
É importante destacar que a criação legal de animais silvestres exige autorização dos órgãos competentes, como o IBAMA ou o Instituto do Meio Ambiente (IMA/AL), e deve ser realizada apenas por meio de criadouros devidamente registrados, respeitando as normas estabelecidas.
Os municípios da Região Metropolitana de Maceió, especialmente os bairros da parte alta da cidade, como Benedito Bentes, Cidade Universitária e Tabuleiro do Martins, são os locais com maior número de ocorrências. O BPA registrou que, em sua maioria, os resgates acontecem no turno da tarde e nos finais de semana, com um alto índice de evasão dos responsáveis, que, ao perceberem a chegada da polícia, abandonam os animais em vias públicas.
Apesar de o número de ocorrências em 2024 ser significativo, ele é inferior ao de anos anteriores. Em 2023, o BPA registrou 844 ocorrências, com 4.607 animais resgatados, e em 2022, 1.976 ocorrências e 12.464 resgates. Para o sargento Rosival Santos, a redução no número de casos pode ser atribuída ao crescente aumento da conscientização sobre os impactos ambientais e ao fortalecimento das discussões sobre o crime contra a fauna.
“No entanto, o trabalho não para. Embora as estatísticas mostrem uma queda, ainda há muitos casos que exigem nossa atenção diária. Continuamos combatendo o tráfico e a exploração ilegal de animais”, afirma o sargento.
Além das ações de resgate, o BPA lavrou 358 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) em 2024, sendo 291 relacionados a crimes contra a fauna. A atuação do batalhão é fundamental para a preservação da biodiversidade e para a conscientização da população sobre a importância de respeitar as normas ambientais.