Ataques cibernéticos comprometem acesso à internet em Alagoas e causam prejuízos milionários
15/01/2025 16:08 | Texto de:

Johny Lucena | UP | Foto de: Reprodução

Cerca de 2 milhões de pessoas em Alagoas enfrentam dificuldades de acesso à internet devido a uma onda de ataques cibernéticos que, desde setembro de 2024, tem como alvo as empresas locais de provedores de internet. A situação está gerando enormes prejuízos econômicos e sociais, com impactos que vão além dos usuários residenciais, atingindo servidores públicos e instituições essenciais como o Governo de Alagoas, a Justiça Federal e prefeituras.
De acordo com Wellington Santos, vice-presidente da Associação dos Provedores de Internet do Estado de Alagoas (Aspeal), as consequências dos ataques são devastadoras. “Só com proteção gastamos R$ 15 milhões. Não tem como mensurar os prejuízos. Cancelamos contratos e o pai de família perde o emprego com isso”, afirmou.
As investigações, conduzidas pela Polícia Civil de Alagoas em parceria com a Polícia Federal, revelam que os ataques utilizam estratégias de negação de serviço distribuído (DDoS). Essa tática congestionou redes de provedores, tornando os serviços indisponíveis. A situação tem se agravado, com ataques direcionados simultaneamente a até 70 empresas, conforme apontou Henrique Andrade, associado da Aspeal.
Os ataques, que são altamente organizados, demandam investimentos significativos por parte dos criminosos, com custos variando entre R$ 50 mil e R$ 100 mil por ataque, segundo a associação. Muitos deles têm origem em servidores internacionais, dificultando o rastreamento e a neutralização imediata.
Em meio à crise, a Aspeal destacou que está colaborando com autoridades locais e internacionais, como a Europol, que recentemente desmantelou serviços utilizados para realizar ataques DDoS por meio da operação PowerOFF. Segundo Ângelo Rosa, presidente da Aspeal, o diálogo com iniciativas como esta é essencial para enfrentar a complexidade do problema.
Além de afetar diretamente os provedores de internet, a crise impacta setores fundamentais que dependem de conectividade para operar. O cancelamento de contratos e a paralisação de serviços refletem em perdas de empregos e queda na produtividade em diversas áreas.
A Aspeal reforça a necessidade de ações conjuntas entre provedores, governo e forças policiais para proteger a infraestrutura digital do estado e minimizar os danos causados por esses ataques. A associação alerta que a situação exige medidas urgentes e abrangentes, com investimentos em tecnologia de segurança e cooperação entre instituições para conter a onda de cibercrimes que ameaça o estado.