Arthur Lira Condiciona Apoio ao Governo Lula a Ministério com Orçamento Substancial
29/01/2025 08:42 | Texto de:

Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução

Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, deixou claro que, para integrar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, exige um ministério com condições de entregar grandes projetos e contar com um orçamento robusto. Recentemente, Lira sinalizou a aliados que está disposto a apoiar o governo, mas não aceita um cargo simbólico ou com poder limitado, conforme divulgado pelo portal O Antagonista, que citou: "Arthur Lira não quer prêmio de consolação".
De acordo com fontes próximas ao parlamentar, emissários de Lira já repassaram essa exigência ao Palácio do Planalto, incluindo o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pelas negociações da reforma ministerial. O PP, partido de Lira, tem defendido a nomeação do presidente da Câmara para o Ministério da Saúde, que possui um orçamento previsto de 241,61 bilhões de reais para 2025 e forte influência política, devido à sua capacidade de articulação com deputados e senadores por meio das emendas parlamentares.
Apesar dessa pressão, o presidente Lula tem resistido à ideia de promover Lira à pasta da Saúde. O governo reconhece que a atual ministra, Nísia Trindade, precisa desenvolver projetos de maior impacto para melhorar sua popularidade, algo que ainda está em discussão.
Outra alternativa que foi cogitada para Lira foi o Ministério da Agricultura, mas a proposta também não agradou ao presidente da Câmara. Além disso, ele tem demonstrado preocupação com o desgaste político de integrar um governo cuja popularidade está em queda, especialmente após a divulgação de uma pesquisa que revelou uma diminuição na aprovação do governo petista, sobretudo no Nordeste, reduto eleitoral de Lira.
Aliados de Lira consideram que, em ano pré-eleitoral, o presidente da Câmara deveria evitar envolvimentos que possam prejudicar sua candidatura ao Senado por Alagoas, onde enfrentará o ex-senador Renan Calheiros. O MDB, partido de Renan, já está preparando uma estratégia para reforçar sua presença política, incluindo a possível mudança no comando do Ministério dos Transportes.