Após notificação do Ministério Público, Hotel abre passagem na Praia do Salgado em Japaratinga

15/09/2023 13:49 | Texto de:


Praia do Salgado | Foto de: Reprodução



Surtiu efeito a notificação enviada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) em relação à grade instalada na Praia do Salgado, em Japaratinga. O promotor de Justiça Rodrigo Soares informou que foi aberta uma passagem de acesso após solicitação do Município ao hotel que fixou a grade na areia.

"Em resposta ao nosso ofício, o Município disse ter pedido ao hotel que procedesse à abertura de uma passagem para pedestres na grade, o que foi prontamente atendido. Entendemos, dessa forma, que houve resolutividade no que tange à obrigação de fazer/não fazer relacionada aos direitos da cidadania (direito de ir e vir, direito de acesso à praia e ao mar)", destacou o promotor Rodrigo Soares.

No entanto, como parte da grade ainda continua no local, e não houve licenciamento ambiental para sua instalação, há necessidade de prosseguimento do inquérito civil no que tange à proteção do meio ambiente.

"Considerando que, com as informações prestadas pelo Município, restou constatado que o local se trata de terreno da Marinha, a atribuição de prosseguir no inquérito civil, é do MPF", ressalta.

A promotoria proferiu decisão para remessa do inquérito civil ao MPF, mas esta decisão de declínio de atribuições ao MPF ainda depende de homologação por parte do Conselho Superior do MPAL, onde o inquérito civil se encontra atualmente. Caso seja homologada, os autos do inquérito civil serão repassados ao órgão federal.

A abertura da passagem na grade representa um passo significativo na resolução do conflito em torno do acesso à Praia do Salgado, mas as preocupações ambientais relacionadas à instalação da grade ainda persistem. O destino do inquérito civil agora está nas mãos do Ministério Público Federal (MPF), que investigará as questões ambientais ligadas ao caso, particularmente o licenciamento ambiental necessário para a instalação da estrutura em terreno da Marinha.

Os desdobramentos deste caso continuam a ser acompanhados de perto pela comunidade local e por defensores do meio ambiente, à medida que as autoridades competentes buscam encontrar um equilíbrio entre os direitos dos cidadãos de acessar a praia e a necessidade de proteger o ecossistema costeiro sensível da região.