Alagoas Apresenta Taxa de Internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento de 15 por Dez Mil Habitantes

26/03/2025 18:43 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução



Em 2024, Alagoas registrou uma taxa de internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) de 15,474 por dez mil habitantes, segundo dados do DATASUS. Embora o estado tenha ficado com a segunda menor taxa do Nordeste, o número ainda destaca a necessidade de melhorias no acesso a condições sanitárias adequadas.

No panorama das doenças relacionadas ao saneamento, as doenças transmitidas por insetos vetores, como a dengue, lideram com 6,684 casos por dez mil habitantes. Já as doenças de transmissão fecal-oral apresentaram uma taxa de 8,573, enquanto as causadas pelo contato com a água somaram apenas 0,046 casos. Doenças associadas à higiene representaram 0,144, e as geolmintíases e teníases tiveram uma incidência de 0,026.

Entre as unidades federativas do Brasil, o Maranhão e o Distrito Federal se destacam negativamente, com taxas de internações por doenças de saneamento inadequado significativamente mais altas do que as observadas em Alagoas. No Maranhão, a taxa é de 45,8 casos por dez mil habitantes, e no DF, chega a 36,2.

Em termos nacionais, o Brasil registrou mais de 344 mil internações por doenças relacionadas ao saneamento inadequado em 2024. Destas, cerca de 168 mil foram provocadas por infecções transmitidas por insetos vetores, com a dengue se destacando entre os principais causadores.

A análise também revela um quadro preocupante quanto aos grupos mais vulneráveis. Segundo dados do Trata Brasil, 64,8% das internações envolvem pessoas negras ou pardas, e embora os indígenas representem apenas 0,8% do total de internações, sua taxa de incidência é alarmante, com 27,4 casos a cada dez mil habitantes. As crianças menores de 4 anos foram particularmente afetadas, correspondendo a 20% das hospitalizações, com uma taxa de 53,7 internações por dez mil habitantes.

Além disso, a população idosa, com mais de 60 anos, também enfrenta altos índices de internação, somando mais de 80 mil casos, ou 23,5% do total. A taxa de incidência entre os idosos foi de 23,6 casos por dez mil habitantes.

O estudo também destaca que, entre os 5.570 municípios brasileiros, apenas 1.031 reduziram as taxas de mortalidade por doenças relacionadas ao saneamento inadequado entre 2008 e 2023. Em contrapartida, 2.791 cidades mantiveram índices estáveis, enquanto 1.748 registraram aumento nas taxas de mortalidade.

Esses dados reforçam a urgência de políticas públicas focadas na melhoria do saneamento e no combate às doenças causadas pela falta de acesso a condições adequadas de saúde e higiene no Brasil.