Alagoas apresenta queda histórica nas mortes por afogamento em 2024

13/01/2025 21:20 | Texto de:


Escrito por Arthur Vieira/ UP | Foto de: Reprodução



Dados divulgados nesta segunda-feira (13) pela Polícia Científica de Alagoas revelaram que o estado alcançou, em 2024, o menor número de mortes por afogamento nos últimos 10 anos. Segundo levantamento dos Institutos Médico-Legais (IMLs) de Maceió e Arapiraca, foram registrados 92 óbitos no ano passado, representando uma redução de 18,58% em relação a 2023, quando ocorreram 113 mortes.

A análise histórica demonstra que a queda é ainda mais expressiva quando comparada a 2017, ano em que o estado registrou o maior número de afogamentos, com 140 mortes. Desde então, Alagoas reduziu essa estatística em 34,28%. Para a Polícia Científica, o trabalho contínuo dos IMLs no registro desses casos é essencial para orientar a criação de políticas públicas voltadas à prevenção e conscientização da população.

Vítimas e ambientes de riscoO perfil das vítimas revelou que homens continuam sendo os mais atingidos: dos 92 óbitos, 81 eram do sexo masculino e apenas 11 do sexo feminino. A faixa etária predominante foi de adultos entre 20 e 59 anos, com 60 mortes. Entre crianças e adolescentes de até 19 anos, foram 18 casos, enquanto idosos com 60 anos ou mais somaram 14 mortes.

Um dado preocupante apontado pelo levantamento foi a morte de crianças de até 11 anos em piscinas, um cenário que reforça a necessidade de medidas de segurança mais rígidas em ambientes aquáticos frequentados por esse público.

Os locais de maior incidência de afogamentos também foram analisados. Açudes e barragens lideram a lista, com 31 mortes, seguidos por rios (22) e praias (21). Esses ambientes, muitas vezes situados em propriedades privadas e utilizados como balneários, frequentemente carecem de infraestrutura e sinalização adequadas, aumentando os riscos para os banhistas. Além disso, áreas menos convencionais, como caixas d'água, poças e cacimbas, também foram responsáveis por alguns casos, evidenciando que os perigos não se limitam aos locais mais comuns de recreação aquática.

Campanhas e fiscalização como prioridadesO perito-geral adjunto, Wellington Melo, destacou que os números apresentados têm como objetivo alertar a sociedade para a importância de medidas preventivas. Ele ressaltou a necessidade de campanhas educativas que enfatizem os riscos de balneários irregulares, além de reforçar a fiscalização em áreas críticas.

"A redução dessas estatísticas é um avanço significativo, mas ainda há muito a ser feito para proteger a população de situações de risco. A conscientização é uma ferramenta poderosa para evitar tragédias", afirmou Melo.

Com o avanço na redução das mortes por afogamento, o estado de Alagoas demonstra que iniciativas voltadas à prevenção, aliadas a dados consistentes, podem salvar vidas e transformar cenários historicamente preocupantes.