Conflito familiar em Rio Malha coloca em risco reeleição de Gabi Gonçalves
17/02/2025 08:47 | Texto de:

Johnny Lucena | UP | Foto de: Reprodução

O recente rompimento entre o ex-prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, e o atual prefeito da cidade, Carlos Gonçalves, sobrinho de GG, provocou um grande abalo no xadrez político local e gerou incertezas quanto ao futuro político da deputada estadual Gabi Gonçalves, filha de GG. O cenário que antes parecia controlado pela força de Gilberto dentro da Prefeitura agora enfrenta novos desafios e adversários.
Com a perda de influência sobre a gestão municipal, Gilberto Gonçalves se vê em uma situação difícil: além de enfrentar o enfraquecimento de seu poder político, ele passa a ser desafiado por novos aliados de seu próprio sobrinho, Carlos Gonçalves, que busca fortalecer sua base e garantir um lugar de destaque no futuro político de Rio Largo. A disputa familiar tem gerado um clima tenso, com o risco de redefinir alianças e forças que antes eram praticamente inabaláveis.
Enquanto isso, o atual prefeito Carlos Gonçalves tem investido na busca por apoio de lideranças da segurança pública, a fim de consolidar sua gestão e fortalecer sua posição na cidade. Ao longo de fevereiro, Carlos tem se aproximado dessas lideranças e feito alianças estratégicas para garantir a proteção de sua administração e o respaldo necessário para projetos futuros.
Porém, o impacto não se restringe à família Gonçalves. O deputado federal Arthur Lira, aliado histórico de Gilberto Gonçalves, também se vê em uma posição delicada. Lira investiu considerável capital político no grupo de GG e, até então, contava com o apoio de Carlos Gonçalves, que garantiu mais de 34 mil votos para o atual prefeito nas últimas eleições. Agora, com as tensões internas, Lira corre o risco de perder um dos seus maiores redutos eleitorais.
Em números, a importância dessa aliança fica clara: em 2021, antes da Operação Beco da Pecúnia vir à tona, mais de R$ 41,6 milhões foram destinados à cidade de Rio Largo por meio de emendas parlamentares, valor superior ao de cidades maiores como Arapiraca, que recebeu R$ 1,4 milhão, e Maceió, com R$ 14,7 milhões. Esse volume de recursos foi crucial para o fortalecimento político de GG, mas agora, com a desestabilização interna, a continuidade desses investimentos pode ser ameaçada.